domingo, 18 de agosto de 2013

Resenha: Além do Planeta Silencioso - C.S. Lewis


  Os primeiros... Dois? Os primeiros dois capítulos são um tédio. Sabe quando você lê, e lê, e lê, e lê e parece que não saiu da primeira frase? Pois é. É assim. Depois disso melhora. E MUITO. E você não consegue parar de ler antes de chegar na última frase.

O protagonista é o professor de filologia( Sim, filologia. Não filosofia. Por sinal, filologia) Ransom que está de "férias" de sua vida acadêmica e por isso decidiu viajar sem rumo por aí. É. Ele simplesmente parte em viagem com um mochileiro feelings apenas para se afastar um pouco do seu mundo.

Pois bem, ele chega em uma cidadezinha e está a procura de um lugar para dormir ( o qual não acha, por sinal), até que se encontra com uma mulher desesperada atrás - do filho ou do marido? Eu realmente fiquei confusa aqui - que já deveria ter chegado em casa e trabalha na mansão de um excêntrico professor, Dr. Weston. Random, super gente boa, promete procurá-lo e usar isso de desculpa para conseguir dormir na mansão; lá ele encontra um antigo colega de faculdade que, por um acaso, não gostava.

...E então ele é dopado. E acorda em um lugar super estranho com a visão de uma coisa enorme e brilhante em cima da sua cabeça; que descobre ser a Terra. TANTANTANTAAAAAN. Pouco depois ele descobre que está em uma espaçonave, no espaço é claro, indo para o planeta Malacandra com a intenção de... Ele não sabe. Foi sequestrado, afinal, e nem seu antigo colega, Dick Divine, e nem Dr. Weston explica o verdadeiro motivo.

Eles então pousam em Malacandra, um planeta todo vermelhinho, e encontram-se com duas criaturas estranhas para caramba: compridas, altas e com um rosto quase humano (praticamente um Slenderman, rere). Ransom se desespera porque percebe que vai ser entregue a essas criaturas como forma de sacrifício e então foge para muiiiito longe.

Resumidamente, o que acontece a seguir é o encontro de Ransom com uma das espécies(chamadas de hnau) do planeta. Um hross, que é descrito como a mistura de uma lontra com uma foca e um bicho gigante qualquer. Esse hross se mostra super simpático e conversa com Ransom em uma linguagem completamente diferente da qual ele conhecia(inglês; tipo... Ele é britânico. Esqueci de dizer). Sendo um filólogo, ele tenta compreender através de gestos o que o bicho fala e, claro, também fala algumas coisas. Por ser um bichinho super gente boa, o hross leva ele para sua aldeia e lá, após passar alguns meses, Ransom aprende a linguagem Solar (que por sinal é a língua de todo o planeta) e a filosofia desses bichos; assim como aprende que há mais duas "espécies" no planeta, os sorns(Vulgo Slendermen) e os pfifltriggi(parecem com rãs).

Cada uma dessas espécies tem uma característica própria, que não irei dizer para não spoilear mais ainda, como Ransom descobre. Ah, sim. Além dessas, tem também os eldil(tipo espíritos) e o Oyarsa. O Oyarsa é muito importante para o desenvolvimento do livro. Ele é o "dono" do planeta; ele julga o que é certo e errado, dá vida e tira vidas; isso dentro do próprio planeta. Cada planeta tem um Oyarsa, inclusive a Terra, como é explicado.

Eu achei um livro muito complexo. Daqueles que se você entregar para alguém de 15 anos ler, a pessoa não vai entender. Em um primeiro momento, o único pensamento que se tem é que é uma história bobinha e tão fantasiosa quanto qualquer história do gênero. "Viajada". Coisa tipo... Steven Spielberg(por sinal, eu acho que daria um ótimo roteiro para um filme dele). Mas, no fundo, é possível ver o quão intrincado ele é.

Um planeta com vida inteligente? E não somente com uma espécie, mas três que convivem entre si sem nenhum se sobressair sobre o outro? Um sistema inteligente? Um "cara" que super manja de coisas além do próprio umbigo(leia-se:planeta)? E mais do que isso, dois cientistas, DOIS conseguiram descobrir vida em um outro planeta sozinhos? Quero dizer... Bem, é complicado entrar em uma discussão sem dar spoilers, mas acho que consegui esclarecer meu ponto.

Ah, sim. Esqueci de mencionar um detalhezinho. O livro inteiro é narrado por um colega de Ransom que diz que diz, não exatamente nessas palavras que "O ser humano precisa saber que existem mais vidas inteligentes fora daqui e que conseguem conviver harmoniosamente sem precisar assinar tratados pós-guerras. É uma pena que, se publicássemos isso como uma história não-fictícia, ninguém acreditaria". Gente, por favor. Reflita nisso. É impossível não terminar o livro sem pensar que esse planeta, que esses hnau existem e que foi tudo proposital para parecer uma ficção.

Sério. Leiam.

Nota: ★★★★★

Nenhum comentário:

Postar um comentário